NOVO E-2008: A HISTÓRIA DE UM RENASCIMENTO

Costumo dizer que nós, designers, somos como esponjas multissensoriais. Tendências sociais, ambientais, arquitetónicas ou artísticas: tudo nos inspira. Estamos no centro de tudo o que se move e o nosso trabalho artístico é alimentado pela nossa compreensão do mundo atual e futuro. 

É claro que estamos atentos ao que os nossos concorrentes estão a fazer em termos de criação e irreverência, mas cultivamos a nossa própria história. A PEUGEOT é uma marca com uma identidade forte e uma trajetória muito precisa e constantemente renovada. É também esta trajectória que orienta o nosso trabalho como designers e nos guia em termos de linguagem formal e de assinatura. 

Em relação à renovação do design dos veículos, as palavras-chave são identidade e modernidade. O nosso principal objetivo é relacionarmo-nos com a modernidade automóvel do momento. É isso que orienta o nosso trabalho. 

No que diz respeito ao produto, começamos por analisar o feedback dos clientes para descobrir o que gostam no veículo e o que precisa de ser melhorado em termos de tecnologia e de infoentretenimento. Os estudos qualitativos e quantitativos de que dispomos também nos permitem ter em conta a nossa posição relativamente à concorrência. 

A renovação de um veículo acontece cerca de quatro anos após a primeira comercialização. Depois de um ano, analisamos o desempenho comercial. Preparamos então o briefing e os cenários de estilo. Os dois anos que antecedem o lançamento permitem o desenvolvimento do veículo.  Os nossos planos de produto são definidos com muita antecedência, para que toda a gama PEUGEOT apresentada nos showrooms seja sempre consistente. 

No entanto, dependendo dos diferentes avanços tecnológicos e do feedback dos clientes, podemos alargar o âmbito da transformação. Por exemplo, para o E-2008, o nosso plano adaptou-se ao objectivo da Marca de propor uma gama 100% elétrica até 2030. O desafio consiste em adaptar a eficiência global do automóvel para poder acomodar a tecnologia necessária a uma maior autonomia. 

Gostaria de acrescentar que é importante que a gama se mantenha consistente. Quando um cliente entra num concessionário, não deve ter a sensação de ter automóveis antigos de um lado e modernos do outro. 

O ciclo de um veículo dura cerca de oito anos e a renovação do design ocorre a meio deste ciclo. Para a realização da transformação, a Marca fornece um briefing que exprime as expectativas e as eventuais correções a efectuar. A competição de estilo começa então: são propostos vários desenhos e, quando a escolha é feita, são dados os últimos retoques, tendo em conta todos os constrangimentos. A ferramenta industrial é então adaptada para o fabrico do novo veículo. Todo este processo demora cerca de dois anos. Começa-se assim a pensar em renovar um modelo totalmente novo no seu segundo ano de vida. 

Dispomos, portanto, de dois anos para observar o desempenho do automóvel no mercado, consoante o país, e preparar o briefing do novo estilo. Este é o tempo de que necessitamos para determinar as alterações a efetuar.